Microfones, assim como qualquer outro equipamento, vão muito além de sua aparência. Sua escolha deve ser baseada na funcionalidade e na aplicabilidade para a situação específica em que serão utilizados. É fundamental entender suas necessidades e imaginar o contexto em que o microfone será empregado. Para auxiliar a mergulhar nesse fascinante universo, preparei uma introdução ao tema que pode facilitar sua compreensão. Separei uma leitura sobre o tema.
O padrão polar de um microfone descreve a direção em que ele capta o som. Ele define como o microfone responde aos sons vindos de diferentes ângulos ao seu redor, são eles
Cardioide: Capta som principalmente da frente.
Omnidirecional: Capta som igualmente de todas as direções (360°).
Subcardióide: Uma mistura entre omnidirecional e cardióide, com um pouco de captação lateral.
Supercardioide: Capta som principalmente da frente, com melhores rejeições da parte lateral e traseira.
Hipercardióide: Ainda mais direcional que o supercardióide, com maior rejeição lateral, mas maior captação atrás.
Bidirecional (ou figura-8): Capta som da frente e de trás.
Lobar (Lapela): Captação extremamente direcional, sem captação lateral, com um padrão de captação muito estreito.
*Cada padrão polar é projetado para se adequar a diferentes tipos de gravação e ambientes, sendo importante escolher o padrão correto dependendo das necessidades específicas do som a ser captado.
Captação: Capta som principalmente da frente (aproximadamente 120°), com rejeição significativa dos lados e traseira.
Características: A forma do padrão se assemelha a um coração. A rejeição do som atrás do microfone é eficaz, mas não completa.
Uso comum: Gravações de voz (como em podcasts, gravações de vocais), performances ao vivo, gravações onde se deseja reduzir o som ambiente.
Captação: Capta som igualmente de todas as direções (360° ao redor do microfone).
Características: Ideal para ambientes onde é necessário capturar o som ambiente ou várias fontes sonoras ao redor. Não rejeita sons laterais ou traseiros.
Uso comum: Gravações de ambiente, gravações de grupos, gravações de instrumentos acústicos.
Captação: Capta som de uma direção frontal, mas tem uma pequena área de captação também atrás (mais estreito que o cardióide).
Características: Rejeição ainda maior dos lados, mas com um pequeno ponto de captação atrás, o que pode resultar em um pouco mais de feedback se usado em ambientes amplificado,
Uso comum: Microfones para gravações ao vivo e performances, onde é necessário isolamento extra do som ambiente, mas com um pequeno "ponto cego" atrás.
Captação: Muito parecido com o supercardióide, mas ainda mais estreito na frente, com uma área de captação um pouco maior atrás.
Características: Proporciona uma rejeição muito forte dos sons laterais, com uma maior sensibilidade na parte traseira do microfone.
Uso comum: Gravações em ambientes ruidosos ou ao vivo, onde se quer minimizar ainda mais a captação do ambiente e sons laterais.
Captação: Capta som apenas da frente e de trás do microfone, formando uma figura de 8 ao redor do microfone.
Características: Não capta som dos lados. Muito eficaz para gravações em dupla, como entrevistas ou gravações de dois vocalistas.
Uso comum: Entrevistas, gravações de duetos, situações em que se quer capturar som de duas fontes opostas.
Captação: Semelhante ao bidirecional, mas com uma captação ainda mais direcional, formando uma "linha" muito estreita de captação na frente do microfone e uma grande rejeição dos lados.
Características: Proporciona uma direcionalidade extrema, com um foco muito restrito.
Uso comum: Microfones de longa distância, gravações em ambientes com muito ruído, como para capturar fontes sonoras distantes.
Captação: Uma combinação entre o cardióide e o omnidirecional, captando um pouco de som dos lados, mas ainda predominantemente da frente.
Características: Oferece uma captação um pouco mais ampla que o cardióide, mas não chega a ser tão omnidirecional.
Uso comum: Quando se deseja mais flexibilidade na captação, sem perder o foco principal na frente.
Os transdutores de microfone são tecnologias internas usadas para converter o som (ondas sonoras) em sinais elétricos. Aqui está um resumo dos principais tipos:
Condensador: Alta qualidade, sensível, exige phantom power.
Dinâmico: Robusto, sem phantom power, menor sensibilidade.
Ribbon: Suave e natural, frágil, bom para estúdios.
Piezoelétrico: Econômico, baixa qualidade, ideal para contato.
Electret: Compacto, boa qualidade, sem phantom power.
Carbono: Baixa qualidade, usado em sistemas simples.
Princípio: Usa placas capacitivas que geram um sinal elétrico baseado na variação da capacitância quando o som atinge a cápsula.
Características: Alta sensibilidade, excelente qualidade de som, precisa de phantom power (48V).
Aplicações: Gravações de alta qualidade em estúdios, voz e instrumentos acústicos.
Princípio: Usa uma bobina e um ímã; a bobina se move no campo magnético, gerando o sinal elétrico.
Características: Resistente, sem necessidade de phantom power, menor sensibilidade.
Aplicações: Uso em palco, gravações de bateria, amplificadores de guitarra.
Princípio: Fita metálica vibra dentro de um campo magnético, gerando um sinal elétrico.
Características: Resposta suave e natural, frágil, captando som principalmente da frente e de trás.
Aplicações: Gravações de estúdio, instrumentos acústicos, microfones de captura de ambiente.
Princípio: Materiais piezoelétricos geram sinal elétrico quando pressionados ou vibram com o som.
Características: Baixo custo, qualidade de som limitada, não exige phantom power.
Aplicações: Microfones de contato, gravações simples ou de baixo custo.
Princípio: Similar ao condensador, mas com polarização interna permanente.
Características: Compacto, baixo consumo de energia, boa qualidade de som, sem necessidade de phantom power (mas com alimentação externa).
Aplicações: Microfones de lapela, dispositivos portáteis, câmeras e smartphones.
Aplicabilidade:
Celulares e smartphones para chamadas, comandos de voz e gravação de áudio.
Fones de ouvido com microfone (headsets) – para comunicação e jogos.
Notebooks e webcams – para chamadas em vídeo e reconhecimento de voz.
Gravadores de voz portáteis – para entrevistas, anotações e aulas.
Princípio: A pressão sonora altera a resistência do carbono, gerando um sinal elétrico.
Características: Baixa qualidade de som, usado em dispositivos antigos.
Aplicações: Comunicação simples, como telefones antigos.